Apesar de vivermos em um país em que mais da metade da população é composta pelo sexo feminino, o cenário no campo é bem diferente. O número de mulheres no agronegócio é menor do que o de homens e a representatividade feminina ainda é baixa, especialmente em posições de gestão.
Ainda assim, nos últimos anos, essa perspectiva vem melhorando e a porteira está, pouco a pouco, se abrindo para as mulheres no campo. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA) mostra que a presença da mulher em cargos de gestão da atividade rural saltou de 10% para 31% nos últimos quatro anos.
Embora o cenário seja bastante otimista, ainda existem alguns desafios que precisam ser enfrentados. Entre eles, estão a dificuldade em ganhar voz no campo e a necessidade latente por aprimoramento constante nas práticas adotadas. Com isso, muitas transformações vêm ocorrendo, fazendo dessas mudanças algo imprescindível para esse setor. Quer saber o porquê? Fique conosco e confira!
Uso de novas tecnologias
As mulheres têm interesse em aprender e desenvolver novas tecnologias de atuação, principalmente porque as atividades rurais vêm deixando de ser sinônimo de força física. Muitos serviços já foram mecanizados, tornando esse fator mais um atrativo para as mulheres no agronegócio.
De acordo com pesquisa realizada pela ABMRA, uma em cada quatro mulheres busca uma formação superior — média acima da masculina (1 em cada 5). Isso indica o interesse que existe em tornar a gestão rural mais estratégica. Esse aumento do número de mulheres nas fazendas traz um grande potencial de modernização e diversificação das metodologias de trabalho.
Novas técnicas de plantio
Para além de todo o interesse existente na área tecnológica, a mulher que ingressa no agronegócio tem uma forte inclinação a buscar conhecimento. Dotadas de certa humildade quando se trata de aprender, elas não se limitam às descobertas empíricas e contam com o auxílio de diversos convênios para se aperfeiçoar.
De acordo com o SENAR, as mulheres são mais de 50% do seu público de cursos. Diversas iniciativas foram criadas para o público feminino no setor rural, como os portais Agro Mulher e Mulheres do Agro, ambos com eventos e conteúdos que incluem desde novas técnicas de plantio até métodos de administração da propriedade.
Inovação
Em muitos casos, as mulheres recebem as fazendas por meio de sucessão, ficando praticamente obrigadas a assumirem as atividades. É comum que elas, ainda meninas, saiam da zona rural buscando expandir seu campo de conhecimento, se aperfeiçoar e se qualificar para, então, retornarem agregando valor e rentabilidade ao negócio familiar.
Muitas são as instituições que oferecem oportunidades de aprendizado. Em alguns casos, a própria universidade proporciona a chance de realizar intercâmbios e se especializar cada vez mais na atividade, trazendo inovações importantes para a realidade brasileira.
Conhecimento em administração
Não é só para aprender sobre agropecuária, agricultura, veterinária e afins que as mulheres buscam novos horizontes. Muitas delas estão realmente interessadas em gerenciar o negócio sob diversos aspectos, inclusive administrativos.
Algo que a parcela feminina de produtoras rurais descobriu ao longo da sua busca por conhecimento é que ele nunca é demais. A propriedade rural é um complexo sistema, que envolve custos, investimentos, negociações, planejamento, estratégia e até marketing. É preciso estar preparada para encarar as demandas e tornar a propriedade um sistema autossustentável, produtivo e lucrativo.
Poder de negociação
Em muitos casos, para receberem o devido reconhecimento, as mulheres no agronegócio precisam se esforçar e buscar altas qualificações para validar sua participação no setor. No entanto, elas não se intimidam com as dificuldades e superam as expectativas.
Como o interesse feminino não se restringe aos conhecimentos técnicos, elas estão frequentemente mais bem preparadas para enfrentar as negociações rotineiras da atividade.
Um perfil ideal da mulher do campo seria composto pela habilidade de dedicação e organização, essenciais à gestão do trabalho, além de capacidades inerentes à liderança, comunicação eficaz, conhecimento técnico, poder de influência e comprometimento. Por fim, é essencial o domínio de tecnologias para aumentar a produtividade e garantir a eficiência dos processos.
Se você gostou deste conteúdo sobre as mulheres no agronegócio, não perca tempo e confira agora mesmo o nosso post sobre “Agricultura de precisão: veja como essa técnica pode ser usada”!