As propriedades rurais estão deixando de ser rudimentares para se tornarem centros de uso de tecnologia de ponta. Esse fato pode ser confirmado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que calcula que dois terços de todas as propriedades agrícolas no país já utilizam algum tipo de tecnologia, seja na gestão das fazendas ou nas atividades de colheita, cultivo e produção.
Curiosamente, um dos motivos apontados para essa mudança do perfil das propriedades rurais no país é a sucessão familiar. Como as fazendas geralmente são passadas de pai para filho e as novas gerações nem sempre têm o conhecimento técnico sobre como tocar o negócio, as tecnologias têm assumido parte desse papel por se consolidarem como ferramentas facilitadoras.
No artigo de hoje vamos mostrar como a tecnologia tem sido usada no agronegócio (seja por meio de containers, ferramentas de gestão, mapeamento de terras ou equipamentos de energia solar, por exemplo) e por que investir nas tecnologias em propriedades rurais.
Boa leitura!
A tecnologia no agronegócio
O retrato das fazendas brasileiras no século XXI é completamente diferente das décadas passadas. Como diria uma propaganda na televisão, o agro tornou-se “tech” graças à entrada de uma série de tecnologias com as mais diversas funções.
De máquinas colheitadeiras mais velozes e tratores que permitem arar uma quantidade maior de terra a softwares de monitoramento e containers climatizados. Onde quer que se olhe, as propriedades rurais hoje — do pequeno ao grande produtor — são completamente diferentes ao que estamos acostumados.
O “boom” da tecnologia em propriedades rurais está diretamente ligado ao processo de sucessão familiar no comando das fazendas. Os filhos dos proprietários de terra, nascidos e crescidos em uma geração com familiaridade maior para as ferramentas tecnológicas, estão voltando ao campo e trazendo as novidades para dentro das fazendas.
Por que investir nas tecnologias em propriedades rurais
De modo geral, a evolução da tecnologia tem como objetivo principal solucionar problemas, otimizando o tempo empregado em uma determinada atividade ao facilitar a sua execução. E isso não é diferente no caso das tecnologias em propriedades rurais.
Cada vez mais o homem do campo tem a necessidade de ampliar a produção sem, obrigatoriamente, aumentar a área plantada, elevar a qualidade dos alimentos produzidos, otimizar os processos que envolvem plantio, colheita e estocagem, além de buscar novos soluções para a logística do escoamento da produção. Nesse contexto, o conceito de agricultura de precisão tem ganhado bastante espaço.
Mas o que é a agricultura de precisão? É um sistema que utiliza ações integradas para reduzir custos, otimizar resultados e aumentar a produtividade no campo. Por meio de tecnologias como sistemas de georreferenciamento, tratores, controladores, sensores e análise de solo, esse sistema informa ao gestor qual é o real estado da fazenda que ele comanda apresentando dados concretos.
Variabilidade do solo, área efetivamente plantada, rendimento por hectare, nível de umidade do solo…Tudo isso pode ser medido, calculado e transportado para um software capaz de apresentar um mapeamento completo.
Quanto mais dados, melhor é a decisão que o fazendeiro pode tomar. Aumentar a irrigação do solo, escolher o melhor momento de colheita, decidir que produto utilizar para corrigir a acidez do solo — todas essas decisões podem ser mais rápidas e conscientes.
Usos da tecnologia no agronegócio
1. Containers
Os containers podem ser empregados de diferentes formas no campo. Para o armazenamento de sementes, por exemplo, são equipados com ar-condicionado a fim de manter o controle de temperatura, condição ideal para que elas possam se manter férteis.
Outro uso bastante comum é de depósito para defensivos agrícolas. A estrutura é reforçada por chapas de aço e até mesmo um telhado extra. Nesse caso, a preocupação é a segurança, já que o roubo desse tipo de produto é comum nas fazendas. Além disso, o reforço serve para garantir que os defensivos agrícolas não contaminarão o meio ambiente.
Há ainda outros tipos de uso dos containers no campo, como alojamentos, refeitórios, escritórios, sede, casas, dentre outros.
2. Energia solar
Na última década, o custo de instalação de placas fotovoltaicas caiu mais de 80%. Esse barateamento, aliado às possibilidades de financiamento, garantiram presença da energia solar também no campo.
Dependendo da propriedade, os gastos com energia elétrica podem ser significativos. Afinal, manter refrigeradores, câmaras frias e outros equipamentos ligados ou mesmo estufas climatizadas em funcionamento demanda um alto custo.
No entanto, com as placas fotovoltaicas, a conta de energia pode ser praticamente zerada e, dependendo das condições, o investimento é pago em curto ou médio prazo.
3. Irrigação
No Brasil, de cada 10 litros de água, sete são gastos com a agricultura. E, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 60% dessa água é desperdiçada no campo.
As tecnologias voltadas para a irrigação têm o objetivo de economizar água, garantindo que o uso seja mais eficiente e racional por meio da tecnologia. Com isso, os sensores informam, por exemplo, o nível de umidade do solo — o que dá sinais da necessidade de continuar ou não irrigando aquele local.
4. GPS
Melhor amigo de quem se desloca pelas ruas de uma cidade ou ainda por rodovias, o GPS também tem uma atuação de destaque nas propriedades rurais. Por meio de satélites, é possível identificar com precisão as áreas de uma plantação, o mapeamento do solo, direcionamento de máquinas, dentre outras funcionalidades.
Além disso, não é preciso investir muito ou ter uma propriedade muito grande para utilizar os sistemas de georreferenciamento. Combinações do GPS com os sistemas de informações geográficas (GIS) permitem que, com poucos recursos, os produtores rurais tenham informações suficientes para melhorar o desempenho de suas plantações.
No texto de hoje você ficou sabendo um pouco mais sobre as vantagens e os usos das tecnologias em propriedades rurais e como isso vem ganhando cada vez mais espaço à medida que as fazendas são transmitidas de pais para filhos.
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